sábado, 26 de outubro de 2013

PSB adia acordo com Alckmin e quer lançar ator ao governo do RJ


 
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
DANIEL CARVALHO
DOI RECIFE
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De olho em dois dos maiores eleitorados do país, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, quer jogar para o ano que vem a definição sobre uma aliança com o PSDB em São Paulo e articula uma candidatura "pop" no Rio.

O diretório paulista do partido defende o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin de olho em ocupar a vaga de vice na chapa tucana, mas recebeu de Campos a orientação para tirar o pé do acelerador e só retomar em 2014.

Campos usa mais da metade da agenda em eventos de campanha
Dilma vence no 1º turno contra Aécio, Marina ou Campos, diz pesquisa Ibope

No Rio, o governador sondou o ator Marcos Palmeira para disputar o Palácio da Guanabara. Seu objetivo é lançar um nome competitivo, novo e identificado com Marina Silva, popular na capital fluminense. Palmeira ajudou a Rede na coleta de assinaturas e filiou-se ao PSB quando a ex-senadora anunciou a sua adesão ao partido de Campos.

A reportagem procurou o ator, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.

Segundo a Folha apurou, Eduardo Campos quer ter mais clareza sobre o cenário eleitoral antes de tomar uma decisão em São Paulo. Internamente, o temor é que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desista de disputar o Palácio do Planalto, dando lugar ao tucano José Serra.

Na avaliação do pernambucano, a mudança embolaria o acordo. Para ele, Serra dificilmente aceitaria qualquer acordo heterodoxo que dividisse a máquina partidária para ajudar um concorrente nacional. Lá atrás, quando Marina tentava erguer a Rede, Campos e Aécio chegaram discutir a conveniência de um pacto eleitoral em São Paulo.

"Conversa sempre houve, sempre vai haver. O processo decisório da questão dos arranjos políticos para palanque regional não vai ser dado até dezembro de maneira nenhuma", afirmou Campos na quinta-feira, em Recife.

A resposta deixou transparecer sua estratégia para São Paulo: "Onde já tem um caminho claro e consistente, nós estamos evoluindo. Onde há ainda dúvida de como fazer, vai esperar esse debate que nós estamos fazendo".

Defensor da chapa PSDB-PSB no Estado, o deputado Márcio França (PSB-SP), cotado para ser vice de Alckmin, ouviu de Campos que muito provavelmente precisará dele para coordenar a campanha ao Planalto.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Temos o candidato mais competitivo da oposição”, diz coordenador da chapa Campos-Marina

Para o ex-ministro Fernando Bezerra, "preocupação dos que cuidam da reeleição é séria"
Rodolfo Borges, do R7

"Após a chegada de Marina, o clima é de empolgação", diz Bezerra

Elza Fiúza/ABr
 
Fernando Bezerra Coelho deixou o comando do Ministério da Integração Nacional no início de outubro, quando seu partido, o PSB, desembarcou do governo Dilma Rousseff. Cotado para suceder o governador Eduardo Campos em Pernambuco, o ex-ministro foi destacado pelo partido para coordenar a aliança entre Campos e a ex-senadora Marina Silva, anunciada no início do mês. Em entrevista ao R7, ele demonstra animação quanto às possibilidades da candidatura socialista no próximo ano.
— Eduardo Campos se coloca como o candidato mais competitivo da oposição para 2014.
Na entrevista abaixo, Fernando Bezerra garante a Eduardo Campos a cabeça da chapa com Marina, apesar de ressalvar que a decisão só será anunciada oficialmente no primeiro trimestre do próximo ano, e diz que, após a chegada da ex-senadora ao PSB, o clima no partido para 2014 é de “empolgação”. Leia:
R7: Duas semanas após o anúncio da aliança, que avaliação o senhor faz da aproximação entre Marina Silva e Eduardo Campos?
Fernando Bezerra Coelho: A primeira pesquisa, do Datafolha, mostra o governador de Pernambuco dobrar suas intenções de voto em uma semana, alcançando a casa dos dois dígitos. Agora, Eduardo Campos se coloca como o candidato mais competitivo da oposição para 2014.
“Eduardo e Marina não são tão diferentes”, diz coordenador da aliança 
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R7: Mas o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda aparece na frente de Campos na pesquisa Datafolha.
Fernando Bezerra: Pela exposição do Aécio e pela presença do PSDB em governos estaduais de Estados mais densos eleitoralmente, considero praticamente um empate técnico entre os números dos dois. E a novidade [projeto de Campos e Marina] está ainda por ser conhecida por quase metade do eleitorado. Se a outra metade tiver a mesma reação da metade que já conhece Eduardo e o impacto dessa aliança nova, não tenho dúvida de que a preocupação dos que cuidam da reeleição é séria. Estamos diante da formação de um novo espaço na política nacional.
R7: A parceria entre Eduardo Campos e Marina tem sido alvo de muitas críticas, entre elas a de oportunismo. A que o senhor atribui os ataques?
Fernando Bezerra: Como foi uma iniciativa surpreendente, impactante e nova, isso começou a ter uma repercussão muito forte, do ponto de vista da arrumação do jogo para as eleições de 2014. Até a ocorrência desta iniciativa, você ouvia declarações quase olímpicas daqueles que estavam cuidando do projeto da reeleição da presidenta Dilma, no sentido de menosprezar ou desprezar qualquer possibilidade de surgimento de uma candidatura que pudesse ameaçar. O que se vê após esse movimento é que foi criado um espaço novo na política brasileira, que poderá sensibilizar camadas expressivas da sociedade.
R7: Entre as análises feitas pelos críticos da chapa, está a de que Marina pode tentar tomar a dianteira da chapa de Campos. Isso é possível?
Fernando Bezerra: O PSB trabalha na viabilização e consolidação da candidatura do governador Eduardo Campos. Até porque Marina tem reiterado que a candidatura posta é a de Eduardo. Mas os dois têm reafirmado que a posição da chapa será decidida no primeiro trimestre do ano que vem. Acho que isso é importante para que eles continuem levando a prioridade da constituição do apoio programático, para não colocar o nome na frente da proposta. Mas, para ser direto, se o ambiente no PSB era de forte animação antes da chegada da Marina e da Rede, após a chegada deles e o expressivo crescimento de Eduardo, o clima agora é de empolgação.
R7: Uma das questões centrais para a disputa presidencial de 2014 é o tempo de TV, que falta ao PSB. Como vocês pretendem aumentar o tempo de exposição?
Fernando Bezerra: Em vez de sair atrás de apoio de partidos ou deputados ou de personalidades da sociedade para alcançar o tempo de televisão ou os palanques regionais, estamos priorizando uma proposta a ser debatida com a sociedade e, a partir disso, atrair essas forças. Então, a definição dos palanques e, por consequência, das alianças partidárias, ficará para um segundo momento, como consequência das propostas e compromissos apresentados.
R7: Como o senhor planeja harmonizar as posições de um governador tido como desenvolvimentista e de uma ex-senadora conhecida pela militância ecológica?
Fernando Bezerra: Marina e Eduardo estão deixando claro que esse acordo não vai ser feito em ambiente fechado. Vai se buscar o acordo com a sociedade. O PSB já tem uma iniciativa chamada Diálogos para o Desenvolvimento, que vai incorporar as sugestões de como mobilizar a participação da sociedade em encontros estaduais, regionais, encontros através das redes sociais para se buscar sugestões que possam adensar essas ideias comuns. Quando definido o acordo programático, a definição dos compromissos comuns pode aproximar ou afastar segmentos da sociedade, segmentos políticos, correntes partidárias.
R7: O senhor é o mais cotado para suceder Campos no governo de Pernambuco. Sua pré-candidatura já está posta?
Fernando Bezerra: Não. A prioridade dentro do PSB é a consolidação da candidatura do governador. Como ele é o coordenador da própria sucessão, esse processo só se dará quando o projeto presidencial de Eduardo estiver definitivamente consolidado e encaminhado. Então, a definição em Pernambuco deverá também ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano. Estou com o nome colocado para apreciação do partido, mas é preciso ter cuidado de formar uma ampla coligação política, como é tradição do PSB em Pernambuco. 
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domingo, 20 de outubro de 2013

Importação de médicos é reflexo da falta de planejamento, diz Campos

Em congresso de saúde, governador de PE criticou vinda de estrangeiros.
Ele disse que é preciso providências para medida não ser permanente.



           
Katherine Coutinho Do G1 PE



    Para o presidente nacional do PSB, a carência de médicos no País dificultou formação de equipes do PSF (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Para o presidente nacional do PSB, a carência de médicos
no País dificultou formação de equipes do PSF
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, criticou neste domingo (20) a necessidade de importar médicos estrangeiros. Segundo ele, a medida teria sido fruto de falta de planejamento. Campos discursou na abertura do 51º Congresso Brasileiro de Educação Médica, no Centro de Convenções, em Olinda, Grande Recife, e fez as críticas na presença de representantes do Ministério da Saúde, entre eles o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Sales, que cuidou diretamente das atividades do programa Mais Médicos no estado.

“Na hora que você precisa trazer pessoas de fora, médicos de fora, para cobrir a falta que tem de médicos em muitas realidades do Brasil, é porque lá trás não percebemos que estávamos formando menos profissionais do que a população precisava. E é preciso que se tome as providências hoje para não ser uma coisa permanente na vida brasileira você ter que importar médicos”, afirmou, explicando que a crítica não é para um programa específico, mas para a questão do planejamento.

A preocupação com a formação de profissionais, ressaltou o governador, tem que se repetir em outras áreas estratégicas do Brasil, como a engenharia. “Para formar um médico, você precisa de dez anos. Então, houve um processo de redução de vagas de medicina nas escolas públicas nos idos de 1990 e início dos anos 2000. As consequências disso estão sendo sentidas hoje na vida de quem administra municípios mais distantes dos grandes centros, que tem a maior dificuldade de montar seus PSFs [unidades do Programa de Saúde da Família], suas policlínicas e tudo isso desmonta para cima do que há na rede assistencial das grandes cidades”, comentou.

O presidente nacional do PSB destacou ainda a necessidade de se discutir a questão do subfinaciamento da saúde, tecnologias, além da questão da carreira para os profissionais de saúde que querem se dedicar ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Nós precisamos discutir a formação de pessoas, o planejamento estratégico que toda nação deve ter. Daqui a 20 anos, quantas pessoas nós vamos precisar na área de energia renovável? Daqui a 20 anos, quantos profissionais de saúde vamos precisar com a população ficando mais velha? Hoje em dia, nós temos uma população bem diferente de algumas grandes nações, temos um perfil jovem, novo, mas daqui há 20 anos não vai estar dessa mesma forma e isso tem impacto sobre a rede de saúde. Se você não fizer cenários e planejamento, você fica administrado dia a dia e dá nisso”, disparou.

Aliança PSB e Rede
Questionado se o programa de apoio a atividades agroecológicas, lançado pela presidente
Dilma Rousseff, seria já uma resposta à aliança recente entre a Rede e o PSB, Campos afirmou não saber e reiterou que, mesmo tendo saído do governo, continua apoiando políticas que acredita serem importantes.

“Acho que iniciativas positivas do governo a gente tem que apoiar, inclusive a gente tem esse compromisso, de fazer política desse jeito. Fiz assim aqui [em
Pernambuco] desse jeito, quando sucedi um governo e tinhas coisas boas, eu cuidei de preservar as coisas boas do governo que me precedeu, acho que esse é o jeito correto de se fazer política. Aquilo que o governo fizer de bom para o Brasil no nosso entender, vai ter a nossa solidariedade, essa é uma boa iniciativa”, disse, acrescentando que esse “bom” tem que ser algo que “tenha consistência e não seja algo eleitoral”.

Campos adiantou também que já tem um rascunho do documento que deve trazer as posições do partido para as conjunturas atuais. A prévia deve ser apresentada na reunião do PSB em São Paulo, prevista para 28 de outubro. “Houve reuniões do nosso pessoal, já começaram a preparar esse documento, a ideia é que seja apresentado para cerca de cem convidados, que vão fazer o aprofundamento desse documento. Já tem uma primeira boneca que está indo para debate”, apontou.







sábado, 19 de outubro de 2013

Aécio indica negociador de palanques com PSB
   Josias de Souza

 
O presidenciável tucano Aécio Neves indicou o senador paraibano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do PSDB, para negociar com o PSB de Eduardo Campos a formação de palanques estaduais conjuntos para 2014. Informado sobre a novidade, Campos telefonou para Aécio, desfazendo um mal-estar que ameaçava azedar-lhes o bom relacionamento.
O próprio Cunha Lima ligou para Campos. Declarou-se preocupado com o tom de uma entrevista concedida pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. “Trabalhamos com os dados de hoje e os dados de hoje indicam que a presidente [Dilma] está no segundo turno. Se ela está no segundo turno, quem é o nosso adversário? Contra quem eu preciso disputar? Contra o Aécio”, dissera Amaral ao repórter Eduardo Bresciani.
“Isso é uma maluquice”, reagiu Cunha Lima. “Roberto Amaral só pode ser um petista infiltrado no PSB. A essa altura, Aécio e Eduardo devem se conscientizar de que só têm chance de ganhar a eleição, com um projeto diferente desse que está aí, se tiverem um mínimo de diálogo. Quem chegar ao segundo turno precisará do outro.”
Na conversa com Campos, Cunha Lima disse que fará o “mapeamento dos palanques Estado por Estado.” Pediu ao interlocutor que indicasse um preposto do PSB para tratar do tema. Campos respondeu que prefere cuidar do assunto pessoalmente. Depois, em retribuição ao gesto, ligou para Aécio.
“O saldo do dia é importante”, celebrou Cunha Lima. “Os dois se entenderam e a gente recobrou a compreensão de que essa questão dos palanques será resolvida ao longo do tempo. Permitir que esse assunto monopolize o noticiário político é fazer o jogo do governo. Aécio e Eduardo têm a responsabilidade de não permitir que o debate seja reduzido a esse ponto.”

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Campos mantém alianças regionais, apesar de Marina

RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA

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Treze dias após o anúncio da aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, praticamente não houve alteração nos rumos que o partido do governador de Pernambuco vem adotando na construção de seus palanques regionais.

Principal lance até agora da corrida presidencial, a união dos dois pré-candidatos foi celebrada com a promessa de que as articulações do PSB nos Estados seriam reavaliadas para contemplar os interesses da Rede, a legenda que Marina não conseguiu criar a tempo de participar da disputa de 2014.

Com exceção do recuo na dobradinha com o líder ruralista Ronaldo Caiado em Goiás após críticas de Marina, praticamente nada mudou no roteiro que o partido de Campos vinha seguindo antes da chegada da ex-senadora.

"A Rede não tem políticos tradicionais, o forte dela é a militância jovem que nunca disputou eleição", disse o deputado Márcio França, presidente do PSB de São Paulo. "Está mais ou menos acertado: se não houver incompatibilidade, ela vai fazer o dela e a gente vai fazer o nosso."

Em São Paulo, ele afirma que hoje o PSB continua inclinado a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que abriria espaço em seu palanque para Campos e o provável candidato do PSDB a presidente, o senador Aécio Neves (MG).

Marina tem apontado o deputado Walter Feldman (SP), seu aliado, como opção se o PSB quiser ter candidato próprio ao governo de São Paulo.

"Em alguns Estados a situação deve se manter, seja porque em outros as mudanças não são tão simples, ou seja porque não deu tempo ainda", disse Feldman. "Nossa aliança é programática, não faz sentido inverter essa lógica nos Estados e passar a discutir antes os nomes."

No Distrito Federal, Marina declarou preferência pela candidatura do deputado federal José Antônio Reguffe (PDT), mas nos bastidores dirigentes do PSB afirmam que o candidato será o senador Rodrigo Rollemberg (PSB).

No Rio de Janeiro, Marina já citou como candidato o deputado federal Miro Teixeira (Pros), um dos seus aliados na tentativa de criação da Rede. Mas o PSB, que interveio para evitar que o diretório estadual apoiasse o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ainda não tem uma definição e estuda até lançar o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Pezão conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff.

Em Minas Gerais, a terra de Aécio, o plano A do PSB é também tentar se incluir na chapa tucana, que poderá ser encabeçada pelo ex-ministro Pimenta da Veiga.

"A vinda da Marina impactou muito o nosso projeto nacional, mas a adesão não mudou quase nada nos Estados, até pela decisão da Rede de não aceitar integrar a Executiva Nacional do PSB. Nossa tendência é manter nossa linha e, onde for possível, incluir a Rede", afirma o deputado Júlio Delgado, nomeado por Campos para comandar o diretório do PSB em Minas.

O partido de Campos anunciou a saída do governo Dilma em setembro, rompendo uma histórica aliança com o PT. Como a Folha mostrou no início do mês, o PSB articula alianças com rivais do PT em pelo menos 20 Estados para as próximas eleições.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PSB ainda mantém cargos estratégicos no governo federal

Apesar da saída de ministros, integrantes do partido de Eduardo Campos que ocupam segundo escalão permanecem na máquina



17 de outubro de 2013 | 2h 18

João Domingos e Fábio Fabrini / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Quase um mês depois de romper com o governo Dilma Rousseff e anunciar a devolução dos cargos de confiança, o PSB ainda mantém postos estratégicos na administração federal, com alto potencial eleitoral e reponsáveis pela gestão de milhões de reais.

Entre eles está o presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, indicado para o posto pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
A Chesf tem R$ 4 bilhões em obras contratadas e é um dos objetos de desejo dos partidos que se mantiveram fieis à presidente. Nos últimos sete dias ele fez duas viagens a Brasília para participar de cerimônias envolvendo a Chesf, uma delas sobre os 65 anos de criação da estatal. A assessoria dele informou que nenhuma carta de demissão foi entregue ao governo. Sua intenção é ficar à frente da estatal até ser notificado de que deve sair.
Ocupante de cargos nos conselhos de administração do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Roberto Amaral informou que já pediu para sair dos dois postos. Aguarda a definição do governo, que deverá ser publicada no Diário Oficial. Marcelo Dourado, presidente da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), mostrou ao Estado carta do dia 1º, na qual ele pede demissão.Ele foi indicado para o cargo pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), um dos principais articuladores políticos de Campos. "Tenho minhas convicções partidárias. Estou fora. Mas não posso simplesmente trancar a porta, pois não tenho para quem entregar as chaves." A superintendência é responsável por ações de desenvolvimento e erradicação da miséria no Centro-Oeste. Em 2013, o orçamento autorizado é de R$ 230,7 milhões.
Indicado por Campos, o coronel Humberto Vianna, secretário Nacional de Defesa Civil, disse que já pediu demissão. Ele manifestou esperança de que o Diário Oficial de hoje traga sua exoneração. A secretaria é responsável pelos programas de prevenção e socorro de vítimas de enchentes. Só pelo Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, o órgão pagou R$ 942 milhões este ano.
Jenner Guimarães do Rego, secretário de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração, afirmou por intermédio de sua assessoria que é funcionário de carreira do Banco do Nordeste e que não é filiado a nenhum partido. Portanto, vai ficar no governo. Ele foi indicado por Campos.
Comanda a área responsável pelos fundos de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm R$ 85 bilhões de saldo aplicado em carteira O diretor de Bacias Hidrográficas da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), José Augusto Nunes, chegou ao governo pelas mãos do governador do Piauí, Wilson Martins, que é do PSB. Sua assessoria informou que ele não entregou nenhuma carta de demissão e que está viajando a trabalho. Emanuel Lima, superintendente da Codevasf em Juazeiro (BA), indicado pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), não foi encontrado. A superintendência é responsável por uma área com 27 municípios e mais de 1 milhão de habitantes. A cargo dela, está o terceiro maior projeto de irrigação em fase de implantação no País Só deixaram mesmo de fato suas funções os ex-ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração) e Leonidas Cristino (Portos), e seus secretários executivos.
A Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que não há previsão para a saída de nenhum dos ex-aliados.

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PSB quer definir rumos da sigla com consulta on-line

RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
 
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No embalo da aliança com a ex-senadora Marina Silva, o PSB do governador Eduardo Campos prepara o lançamento de um mecanismo para que seus cerca de 580 mil filiados possam participar das decisões do partido, incluindo como um deputado deve votar no Congresso.

A ideia do projeto é oferecer aos filiados a possibilidade de votar pela internet sobre temas em discussão na legenda e na sociedade.

Campos inaugura escola que funciona há 7 meses no Recife
Para Campos, Rede foi coerente ao não integrar executiva do PSB

No caso da Câmara dos Deputados, por exemplo, caso pelo menos 10% dos filiados se manifestem em determinada direção, toda a bancada seria obrigada a seguir essa orientação.

Um aplicativo encomendado para esse fim será apresentado hoje em Brasília ao vice-presidente da sigla, Roberto Amaral.
Segundo integrantes do partido, a ideia da "democracia direta no PSB" é de Eduardo Campos, que é presidente da sigla e possível candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem.


Ela teria surgido após um dos filhos do governador, João Campos, 19, ter se filiado ao PSB e ter reclamado da dificuldade de ter voz no dia a dia da legenda.

No último dia 5, Campos e Marina Silva anunciaram uma aliança para a corrida eleitoral de 2014.

A ex-senadora havia fracassado na tentativa de montar a tempo a sua Rede Sustentabilidade, sigla que tem como uma de suas bandeiras intensificar a participação das pessoas nas decisões do país.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Erramos: Campos fica com maior parte dos votos de Marina

 
RICARDO MENDONÇA
DE SÃO PAULO
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A Folha errou no último domingo ao dizer que a maioria dos eleitores de Marina Silva (PSB) migram para a presidente Dilma Rousseff (PT) quando a ex-ministra do Meio Ambiente é substituída pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na pesquisa Datafolha.
Segundo os dados corretos do instituto, 32% dos eleitores de Marina optam por Campos quando ela não está entre os concorrentes. No cenário mais provável da disputa, é Campos, portanto, o maior herdeiro das intenções de voto de sua nova aliada, Marina Silva.
O segundo maior contingente dos eleitores da ex-ministra, 23%, votam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos oferecidos no cartão de resposta da pesquisa.
Candidata à reeleição, Dilma fica com 22% dos eleitores marineiros, não com 42%, como diziam a reportagem e o infográfico de domingo. Já o senador tucano Aécio Neves (MG) herda 16% dos eleitores de Marina, não 21%.
O mesmo exercício pode ser feito no cenário em que o ex-governador de São Paulo José Serra aparece como candidato do PSDB no lugar de Aécio Neves.
Neste caso, Serra passa a ser o maior herdeiro dos eleitores de Marina. O tucano fica com 33% dos que manifestavam voto na ex-ministra. Campos vem logo atrás com 28%. Outros 18% optam pelo voto em branco, nulo ou em nenhum candidato. Dilma fica em último lugar com 17%.
A leitura equivocada de uma das tabelas produzidas pelo Datafolha gerou o erro da reportagem da Folha na página A4 do domingo. No texto e nos gráficos daquela edição, os índices apresentados como migração de eleitores de Marina eram, na verdade, as intenções totais de voto de cada candidato.
Na pesquisa realizada sexta-feira, o Datafolha ouviu 2.517 eleitores em 154 municípios do país, o que resulta numa margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Editoria de arte/Folhapress
POTENCIAL
Marina filiou-se ao PSB, sigla presidida por Campos, depois de fracassar sua tentativa de montar o partido Rede Sustentabilidade a tempo de disputar as eleições de 2014.
Com isso, ela e o governador de Pernambuco não poderão concorrer ao mesmo cargo no ano que vem.
A pesquisa de sexta mostrou que mais da metade dos eleitores (52%) não ficou sabendo da filiação de Marina ao PSB. Como entre eles há eleitores da própria Marina, seu potencial de transferência de votos para Campos é ainda maior.
O instituto também perguntou se Marina agiu bem ou mal ao ingressar no PSB. Para 37%, agiu bem. Outros 17% disseram que agiu mal. O maior grupo (47%) não soube responder.
Quando aparece como candidata no lugar de Eduardo Campos, Marina chega a ter 29% das intenções de voto. Nessas situações, Dilma não alcança mais da metade das preferências, e a eleição teria que ser decidida no segundo turno.
 

domingo, 13 de outubro de 2013

Marina cita retrocesso e PT vê Campos como vidraça

Ex-senadora vai atacar o governo federal nos pontos vulneráveis da preservação ambiental 
Agência Estado


Campos será alvo do PT na questão da defesa do meio ambiente Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
O debate da sustentabilidade, eixo da campanha de Marina Silva em 2010, está de volta ao centro da cena. Assessores da ex-ministra do Meio Ambiente já estão mapeando os pontos mais vulneráveis da administração Dilma Rousseff na área de preservação ambiental.

Marina deve adentrar o palco das eleições presidenciais — por ora ao lado do governador Eduardo Campos (PSB) — afirmando que, em vez de avanços, o que se viu no atual governo foi um enorme retrocesso.

Do outro lado, no ensaio para o contra-ataque, governo e PT praticamente já definiram o alvo de suas baterias: o parceiro pernambucano da ex-ministra.

O objetivo é mostrar que a maioria dos aliados de Marina no PSB, sobretudo Campos, que preside o partido, está a anos-luz de serem bons exemplos na defesa do meio ambiente. Da bancada de parlamentares do PSB ao presidente do partido, não vão faltar críticas.

Leia todas as notícias das Eleições 2014 no R7
Conselheiros de Dilma focam em palanques estaduais diante de indefinição para 2014
O caso do Código Florestal, que define limites para o uso da propriedade rural, é um bom indicador do que vem por aí. O grupo de Marina, tradicionalmente alinhado com ONGs ambientalistas, considera que sua aprovação, em 2012, foi um retrocesso; e atribui a responsabilidade ao PT e ao governo.

O biólogo e ambientalista João Paulo Capobianco, um dos assessores mais próximos de Marina, diz que o governo deixou a questão correr solta no Congresso.

— Ela deixou a questão correr solta no Congresso, favorecendo os setores ultraconservadores [...] Nunca se viu antes uma ligação tão íntima entre governo e conservadores do Congresso. Estamos assistindo a um retrocesso absoluto na questão ambiental.

    • sábado, 12 de outubro de 2013

      Marina diz que candidato a presidente é Eduardo Campos (PSB)

      Declaração foi feita em Ribeirão Preto, neste sábado (12), durante a inauguração do Instituto de Psicologia Avançada

      12/10/2013 - 21:16
      Jornal A Cidade - Da reportagem
      Alterar o tamanho da letra A+ A A-

      F.L. Piton/A Cidade
      Ex-senadora também disse que o setor de agronócio não pode ser visto de forma homogênea (Foto: F.L.Piton/A Cidade)
      A ex-senadora Marina Silva e fundadora do partido Rede Sustentabilidade disse neste sábado (12), em Ribeirão Preto, que o candidato a presidente da República da coligação PSB-Rede será o governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB).
      “Queremos adensar essa candidatura, que já está posta, sobretudo em busca da melhoria da qualidade da política”, disse. “Não discutimos posição na chapa. A candidatura é do Eduardo”, completou.
      Segundo a ex-senadora, a aliança feita com o PSB, anunciada na semana passada, deverá ser referendada em um evento (sem data definida), onde vão ser expressas as diretrizes de um futuro programa de governo para eleições de 2014.
      “Nós vamos ter um seminário onde os dois partidos vão referendar, em um documento, a visão que vai nortear as diretrizes programáticas da nossa aliança”, disse.
      Agronegócio
      Além da aliança com o PSB, outro ponto abordado por Marina Silva foi a sua postura em relação ao agronegócio. Na semana passada, ela atacou um dos principais nomes nacionais do setor, o senador Ronaldo Caiada (DEM-GO), definindo-o como “inimigo histórico” e “representante de um setor atrasado”.
      Marina afirmou que o agronegócio não pode ser visto como um setor homogêneo. “As pessoas falam como se ele fosse inteiramente insustentável, o que não é verdade. Há áreas onde se pode encontrar um trabalho de ponta, em busca da certificação e que fazem o uso racional dos recursos hídricos, por iniciativas próprias”, afirmou.
      Inauguração
      Ela visitou a cidade para participar de um seminário relacionado com a inauguração do Instituto de Psicologia Avançada, que ocorreu ontem.

      quinta-feira, 10 de outubro de 2013

       

      Com Marina, Campos leva à TV o tom de 3ª via
        Josias de Souza

      Até 20 dias atrás, Eduardo Campos era um “aliado” de Dilma. Agora, ele troca de calçada e grita: “Cadê aquele país que há alguns anos despertou a admiração do mundo […] e que agora voltou a ter receio da inflação?” Cadê aquele Brasil “que um dia levou um homem do povo ao poder e que agora sente que o poder não fala a língua do povo? Será que estamos no caminho errado?”, Campos indaga, antes de levar Dilma à alça de mira: “Estamos no caminho que já deu o que tinha que dar”.
      O programa exibe brasileiros bem ensaiados declamando frases cunhadas com o propósito de apresentar o Brasil como um país rendido à lógica do “por outro lado”. No meu país, milhões de pessoas saíram da miséria, diz uma moça. Por outro lado, milhões não têm qualificação para trabalhar, afirma um rapaz.
      Toda criança tem escola para estudar, diz outra moça. Mas 24% dos alunos não concluem o ensino fundamental, realça outro rapaz. Eduardo Campos irrompe em cena. “Chega de governar se contentando em dizer que no passado foi pior”, diz ele, afastando-se da lógica petista do “nunca antes na história desse país.”
      O vídeo empilha outros paradoxos: no meu país, mais médicos estão chegando a lugares onde antes eles não tinham chegado. Por outro lado, ainda faltam remédios, equipamentos e as filas de exames e consultas não param de crescer. A democracia está cada vez mais forte e o cidadão cada vez mais consciente. No entanto, muitos ainda governam sem ouvir, sem olhar, sem levar em conta o cidadão.
      Ao expor os contrastes, o marketing a serviço de Eduardo Campos valoriza o bordão do candidato: é possível fazer mais e melhor. Trocando a política imediatista do curto prazo pelo planejamento de longo prazo, diz o candidato, é possível criar soluções simples para problemas complicados. “Eu sei que dá pra fazer”, ele afirma. A peça evolui para a exposição de “realizações” de Campos no governo de Pernambuco.
      Do meio para o final, a propaganda vai migrando para a grande novidade da fase pré-eleitoral. Amiga de Marina Silva, a deputada Luíza Erundina (PSB-SP) faz a transição. Num partido que negociava com o PDT dos desvios ongueiros e com o PTB do mensalão, ela fala de “ética”. Numa legenda que acaba de filiar egressos do DEM, ela fala de “coerência”. Referência moral, Erundina reconhece que todos os partidos têm problemas. Porém, munida de autocritério, diz que “o PSB tem procurado respeitar esses princípios” da ética e da coerência.
      A peça atinge o seu ápice com a exibição de um apanhado de cenas do ato político que formalizou a parceria da Rede de Marina com o PSB de Campos. Quem vê a sintonia não enxerga as contradições expostas nos cinco dias que se seguiram ao foguetório: a chapa de duas cabeças, a rejeição de Marina aos acordos políticos que Campos negociava, o incômodo que afastou o agrodeputado Caiado das franjas do projeto…
      No universo do marketing, a tentativa de junção da boa imagem que Campos construiu junto ao PIB com o prestígio dos quase 20 milhões de votos amealhados por Marina em 2010 é um prato cheio. No mundo real, a “nova política” que se dispõe a sepultar a “velha República” é um empreendimento por fazer.

      sábado, 5 de outubro de 2013

      Candidatíssima
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      Marina Silva é candidatíssima a presidente da República, apesar do discurso elegante, muito cuidadoso, que fez hoje à tarde durante a sua filiação ao PSB.

      A ex-senadora disse que apoia Eduardo Campos, afirmou até que ele tem uma "responsabilidade histórica diante de todos nós", mas em nenhum momento declarou que não será candidata a presidente no ano que vem ou que será vice do governador de Pernambuco à sucessão de Dilma.

      Não há contradição nisso. Marina não poderia entrar em um partido, que já tem uma candidatura colocada, exigindo sentar na janelinha, como diria Romário, agora seu correligionário. Definitivamente não combina com alguém que prega um novo modo de fazer política.

      A ex-senadora joga com o tempo. Não tem pressa porque sabe que, se continuar tão à frente de Campos nas pesquisas (ela tem 26% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha; ele tem 8%), não há força capaz de tirar seu nome da urna eletrônica. O próprio governador pernambucano haverá de lhe oferecer o lugar.

      É necessário lembrar que Campos iniciou o movimento de dissidência com o atual governo justamente porque percebeu que estava sem espaço para crescer. Ele desejava ser candidato a vice de Dilma agora para, em 2018, aí sim, disputar a sucessão presidencial. Mas, sem condições de enfrentar o PMDB, partido fundamental para a sustentação do governo no Congresso, resolveu mudar de rota.

      Na entrevista coletiva de hoje, embora chamado de futuro presidente por correligionários em coro, Campos disse que seu PSB ainda não definiu nada. Minutos depois, Marina, sabida, fez questão de repetir que o PSB só definirá sua vida em 2014. O jogo apenas começou a ser jogado.

      rogério gentile Rogério Gentile é Secretário de Redação da Folha. Entre outras funções, foi editor da coluna Painel e do caderno "Cotidiano". Escreve a coluna São Paulo, na Página A2 da versão impressa, às quintas.