terça-feira, 12 de abril de 2011

Bono Vox tem encontro de duas horas com Lula

Bono teria elogiado a experiência do Brasil no combate à pobreza e propôs que as políticas sociais brasileiras sejam levadas para o continente africano


divulgação
bono
Bono estaria interessado em promover trabalhos em conjunto com o futuro Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou na tarde desta segunda-feira (11) com o vocalista da banda U2, Bono Vox. Segundo a assessoria de imprensa do ex-presidente, a conversa sobre desenvolvimento econômico e projetos de combate à pobreza na África durou duas horas.

Lula e Bono se encontraram às 14h no Hotel Sofitel. De acordo com a assessoria de Lula, foi o cantor que solicitou o encontro. Durante a reunião, Bono teria elogiado a experiência do Brasil no combate à pobreza e propôs que as políticas sociais brasileiras sejam levadas para o continente africano. Bono estaria interessado em promover trabalhos em conjunto com o futuro Instituto Lula. Em 2006, Bono doou a Lula uma guitarra para o programa Fome Zero.

Na sexta-feira (8), a banda se encontrou com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada também para falar sobre combate à miséria. Nesta segunda (11), pouco após a conversa com Lula, Bono se encontrou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O U2 está na América do Sul para apresentar sua nova turnê, "360º". Os irlandeses já fizeram apresentações em São Paulo sábado e domingo no Estádio do Morumbi, onde voltam a se apresentar na quarta-feira (13).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lula e Bono se encontram em hotel de SP (Postado por Erick Oliveira)

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e o vocalista da banda U2, Bono, reuniram-se na tarde desta segunda-feira (11) em um hotel em São Paulo. O encontro durou duas horas e nenhum dos dois falou com a imprensa. Lula e Bono Vox conversaram sobre problemas na África, desenvolvimento humano e combate à fome. O cantor está em São Paulo para a apresentação da turnê 360º, que tem show previsto para esta quarta-feira.

Dilma como sucessora de Lula

 


10/04/2011

Os 100 dias podem ser representativos ou não de um governo. Pela primeira vez temos uma presidenta eleita como sucessora e não como oposição, dando continuidade a um governo de sucesso sem precedentes na história politica brasileira e ao maior líder popular do país depois de Getúlio Vargas.

A posse de FHC chegou a ser saudada pelo principal órgão tucano na imprensa com um caderno especial que anunciava a “Era FHC” – deferência que Lula que, sim, instaurou uma nova era no país, não recebeu – e que se perdeu na intranscendência, quando foi ficando claro que FHC era apenas o capitulo nacional dos presidentes neoliberais da região, acompanhando a Menem, Fujimori, Carlos Andrés Perez, Salinas de Gortari, entre outros, no fracasso e na derrota.

O balanço dos 100 primeiros dias de Lula prenunciava as armadilhas em que cairiam seus críticos, tanto à direita, como à esquerda. Os primeiros buscaram desconstruir sua imagem de representante do movimento popular, dando ênfase à continuidade e à dissolução assim das novidades tanto tempo anunciadas pelo PT, especialmente a prioridade do social. 

Os críticos de esquerda se apressaram, numa linha similar, a dissolver o governo Lula num continuismo coerente com o governo neoliberal de FHC, apelando para os tradicionais epítetos de “traição”, ”capitulação”, ”conciliação”. 

O governo Lula estava condenado, pelas duas versões, já nos seus primeiros 100 dias.

O enigma Lula – título do capitulo do meu livro “A nova toupeira” que analisa o "decifra-me ou te devoro" em que constituiu Lula para seus adversários – não tardaria em descolocar esses críticos de direita e de ultraesquerda e derrotar a ambos. 

Não por acaso na sua sucessão ambos se aliaram contra ele, seja pela força popular que este havia adquirido, seja porque disputavam os supostos méritos de derrota-lo pela campanha de denuncias.

Ambos foram derrotados, quando ficou claro que os 100 primeiros dias eram transição da “herança maldita” – uma espécie de acumulação primitiva – para a geração das condições de um modelo econômico e social de retomada do desenvolvimento e de distribuição de renda, que responderia pelo sucesso inquestionável dos dois governos Lula.

Os 100 dias do governo Dilma são inéditos, por serem continuidade de um governo e de uma liderança de sucesso inéditos no Brasil e, de alguma forma (como apontou Perry Anderson em seu artigo sobre O Brasil de Lula, na London Review of Books), no mundo. 

Discutia-se, há alguns meses, o que seria o pós-Lula: se o oportunismo de Serra ou o “poste” da Dilma. 

Nem um, nem outro.

Da mesma forma que a anunciada ruptura de Lula em relação a FHC fez com que se pusesse a ênfase nos elementos de continuidade, deixando de lado as rupturas na politica internacional – com a consequente e transcendental reinserção do Brasil no campo internacional – e as novas politicas sociais que começavam a se esboçar e a ganhar prioridade -, agora se busca destacar as diferenças. 

Os dois enfoques se equivocaram e se equivocam: o governo Lula não foi continuidade do governo FHC e o governo Dilma não é de ruptura em relação ao governo Lula.

Os elementos essenciais do governo Lula se mantem e se reforçam com Dilma: o modelo econômico e social sofre as adequações que o próprio Lula teria feito, a partir de elementos novos, como a conjuntura econômica internacional, com os fatores cambiários em continuidade com o peso que foram tendo ao longo dos últimos dois anos, em particular. 

O governo busca enfrentar seus desafios, na estreita ponte entre evitar o descontrole inflacionário, sem aprofundar os desequilíbrios na balança comercial, circunstância que tem no manejo da taxa de juros e de outros instrumentos contra a valorização excessiva da moeda suas difíceis alavancas. 

O governo Lula não teria feito nada de muito diferente, não por acaso há continuidade nos cargos econômicos, até com maior homogeneidade, pelas mudanças no Banco Central.

Da mesma forma que as politicas sociais preservam seu papel central no modelo que articula o eixo fundamental do governo: desenvolvimento com combate às desigualdades sociais. 

O PAC continua blindado aos ajustes orçamentários, mantendo seu papel de motor geral do governo na continuidade da expansão econômica e do resgate da pobreza e da miséria no plano social. 

As adequações do núcleo central do governo melhoraram a harmonia e a capacidade de gestão do eixo essencial que dá continuidade às realizações do governo Lula.

As mudanças tem que ser abordadas no seu marco específico. 

As da área da saúde se destacam como claramente positivas e dinamizadoras naquele que é um dos problemas sociais mais graves do país – a saúde pública. 

A Secretaria de Direitos Humanos , em continuidade com o mandato anterior, ganha nova dimensão e capacidade de iniciativa, que a projeta para o centro dos objetivos políticos do governo, com a Comissão da Verdade.

O IPEA, felizmente, dá continuidade ao extraordinário trabalho que vinha desenvolvendo. 

O Ministério das Comunicações, por sua vez, passa a integrar-se nos objetivos fundamentais do governo, assumindo tarefas essenciais na democratização das comunicações no país.

Os problemas – que abordaremos em artigo posterior – têm que ser abordados neste marco: o da continuidade do governo Dilma com o governo Lula, para não se perder em visões impressionantes, ou que isolem aspectos parciais da totalidade do governo ou que se deixem levar por fáceis abordagens jornalísticas – que costumam cair na visão descritiva, nas aparências, sem capacidade de analise politica de fundo e na proporção de vida, das questões.

Os problemas – para enunciá-los já – residem na área econômica: nas dificuldades das medidas de adequação, sem colocar em risco os objetivos centrais do governo. 

Nas condições socais de realização das obras do PAC – os problemas sociais mais graves que o governo enfrenta. 

Nos matizes da politica internacional. E na politica cultural.

Mas o principal avanço do governo Dilma está na sua capacidade de ampliar o potencial hegemônico do governo, isto é, de manter o eixo essencial das politicas que marcaram o governo Lula, em um marco de alianças e de legitimidade social e politica mais ampla, estendendo a capacidade de diálogo e interlocução com outros setores sociais – como a classe média –, assim como com a oposição. 

Nisso consiste a arte essencial da construção de alternativas ao neoliberalismo: avançar em um modelo alternativo, garantindo as condições econômicas, sociais, politicas e culturais de sua reprodução e consolidação. 

Uma disputa hegemônica em que o governo Dilma herda não apenas um país muito melhor daquele que Lula herdou há 8 anos atrás, mas uma direita enfraquecida, derrotada e desmoralizada, tanto no seu vetor politico partidário, como no midiático.

É esse o cenário em que deve ser avaliado o governo Dilma, nos seus avanços e nos problemas que têm pela frente, nos seus milhares de outros dias.

Postado por Emir Sader às 03:55

domingo, 3 de abril de 2011

Lula agora é empresário


Ex-presidente abriu empresa de palestras e eventos em sociedade com o amigo Okamotto


A Gazeta

foto: Agência Estado
Lula no apartamento no ABC paulista
Pelo mundo. Esta semana, Lula embarca para os EUA para outra atividade remunerada

Brasília

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou empresário. Aos 65 anos, o ex-metalúrgico abriu sua primeira empresa para oficializar sua mais recente profissão, a de palestrante. A LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda foi constituída na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) no dia 18 de março, em sociedade com seu amigo e assessor Paulo Okamotto. O ex-presidente deve montar ainda o Instituto Lula para poder receber verbas de empresas e assim desenvolver seus projetos.

O capital declarado na abertura da LILS, de R$ 100 mil, é menor que o preço médio de cada palestra, entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. O endereço é o apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo. Uma dessas palestras foi feita no mês passado para uma indústria de eletrônicos, a LG, ao custo de R$ 150 mil. Esta semana, o ex-presidente embarca para os Estados Unidos para outra atividade remunerada, desta vez em um encontro organizado pela Microsoft.

Amigo de Lula há mais de 30 anos, Okamotto acompanha o ex-presidente desde os tempos em que ele presidia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. No governo lulista, foi presidente do Sebrae nacional. Em 2006, quando o então presidente era acusado de não explicar a quitação de uma dívida de R$ 29 mil com o PT, Okamotto afirmou que havia dado o dinheiro para que Lula encerrasse o empréstimo feito junto ao PT e que ele não havia pago. Agora, no "pós-Lula", Okamotto retomou as rédeas do Instituto Cidadania e é o articulador da Oscip que vai abrigar os projetos de Lula, além de ser o sócio da nova empresa.

"Agora o presidente é empresário. Vocês reclamavam que ele não tinha estudado, e agora ele tem alguns títulos de doutor honoris causa", brincou Okamotto. (Agência Globo)


Programas energéticos para países africanos

Um dos projetos do ex-presidente Lula deverá ser a discussão de programas energéticos para os países africanos. Desde janeiro, quando deixou o governo, Lula já foi à África três vezes: para o Fórum Social em Dacar, no Senegal; para a Guiné; e para o Qatar, onde participou de um seminário promovido pela rede árabe Al-Jazeera.


Filhos também têm negócio próprio

Antes mesmo de o ex-presidente Lula iniciar sua "vida de empresário", seus três filhos abriram empresas em São Paulo. A mais recente é a LFT Marketing Esportivo, aberta em 3 de março por Luis Claudio Lula da Silva com mais dois sócios e capital de R$ 100 mil. Os sócios, com 10% cada, são Fabio Tsukamoto e Otavio Portugal Linhares Ramos, que no ano passado haviam aberto com Luis Claudio a ZLT 500, que foi vendida no mês passado a outros empresários.

Luis Claudio chegou a ser sócio do irmão Fabio Luis, por alguns meses, em duas outras empresas abertas em agosto do ano passado e já fechadas.

Mas é Fabio o filho mais bem-sucedido no mundo dos negócios. Com os filhos do ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar, Fabio tem, desde 2004, as empresas Gamecorp, G4 e BR4. Foi com essas empresas que "Lulinha" se tornou sócio de empresas parceiras do governo, como a Telemar. Já Sandro Luis é sócio da FlexBR Tecnologia. (Agência Globo)