sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Campos mantém alianças regionais, apesar de Marina

RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA

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Treze dias após o anúncio da aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, praticamente não houve alteração nos rumos que o partido do governador de Pernambuco vem adotando na construção de seus palanques regionais.

Principal lance até agora da corrida presidencial, a união dos dois pré-candidatos foi celebrada com a promessa de que as articulações do PSB nos Estados seriam reavaliadas para contemplar os interesses da Rede, a legenda que Marina não conseguiu criar a tempo de participar da disputa de 2014.

Com exceção do recuo na dobradinha com o líder ruralista Ronaldo Caiado em Goiás após críticas de Marina, praticamente nada mudou no roteiro que o partido de Campos vinha seguindo antes da chegada da ex-senadora.

"A Rede não tem políticos tradicionais, o forte dela é a militância jovem que nunca disputou eleição", disse o deputado Márcio França, presidente do PSB de São Paulo. "Está mais ou menos acertado: se não houver incompatibilidade, ela vai fazer o dela e a gente vai fazer o nosso."

Em São Paulo, ele afirma que hoje o PSB continua inclinado a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que abriria espaço em seu palanque para Campos e o provável candidato do PSDB a presidente, o senador Aécio Neves (MG).

Marina tem apontado o deputado Walter Feldman (SP), seu aliado, como opção se o PSB quiser ter candidato próprio ao governo de São Paulo.

"Em alguns Estados a situação deve se manter, seja porque em outros as mudanças não são tão simples, ou seja porque não deu tempo ainda", disse Feldman. "Nossa aliança é programática, não faz sentido inverter essa lógica nos Estados e passar a discutir antes os nomes."

No Distrito Federal, Marina declarou preferência pela candidatura do deputado federal José Antônio Reguffe (PDT), mas nos bastidores dirigentes do PSB afirmam que o candidato será o senador Rodrigo Rollemberg (PSB).

No Rio de Janeiro, Marina já citou como candidato o deputado federal Miro Teixeira (Pros), um dos seus aliados na tentativa de criação da Rede. Mas o PSB, que interveio para evitar que o diretório estadual apoiasse o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ainda não tem uma definição e estuda até lançar o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Pezão conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff.

Em Minas Gerais, a terra de Aécio, o plano A do PSB é também tentar se incluir na chapa tucana, que poderá ser encabeçada pelo ex-ministro Pimenta da Veiga.

"A vinda da Marina impactou muito o nosso projeto nacional, mas a adesão não mudou quase nada nos Estados, até pela decisão da Rede de não aceitar integrar a Executiva Nacional do PSB. Nossa tendência é manter nossa linha e, onde for possível, incluir a Rede", afirma o deputado Júlio Delgado, nomeado por Campos para comandar o diretório do PSB em Minas.

O partido de Campos anunciou a saída do governo Dilma em setembro, rompendo uma histórica aliança com o PT. Como a Folha mostrou no início do mês, o PSB articula alianças com rivais do PT em pelo menos 20 Estados para as próximas eleições.

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