Em congresso de saúde, governador de PE criticou vinda de estrangeiros.
Ele disse que é preciso providências para medida não ser permanente.
no País dificultou formação de equipes do PSF
(Foto: Katherine Coutinho / G1)
“Na hora que você precisa trazer pessoas de fora, médicos de fora, para cobrir a falta que tem de médicos em muitas realidades do Brasil, é porque lá trás não percebemos que estávamos formando menos profissionais do que a população precisava. E é preciso que se tome as providências hoje para não ser uma coisa permanente na vida brasileira você ter que importar médicos”, afirmou, explicando que a crítica não é para um programa específico, mas para a questão do planejamento.
A preocupação com a formação de profissionais, ressaltou o governador, tem que se repetir em outras áreas estratégicas do Brasil, como a engenharia. “Para formar um médico, você precisa de dez anos. Então, houve um processo de redução de vagas de medicina nas escolas públicas nos idos de 1990 e início dos anos 2000. As consequências disso estão sendo sentidas hoje na vida de quem administra municípios mais distantes dos grandes centros, que tem a maior dificuldade de montar seus PSFs [unidades do Programa de Saúde da Família], suas policlínicas e tudo isso desmonta para cima do que há na rede assistencial das grandes cidades”, comentou.
Aliança PSB e Rede
Questionado se o programa de apoio a atividades agroecológicas, lançado pela presidente Dilma Rousseff, seria já uma resposta à aliança recente entre a Rede e o PSB, Campos afirmou não saber e reiterou que, mesmo tendo saído do governo, continua apoiando políticas que acredita serem importantes.
“Acho que iniciativas positivas do governo a gente tem que apoiar, inclusive a gente tem esse compromisso, de fazer política desse jeito. Fiz assim aqui [em Pernambuco] desse jeito, quando sucedi um governo e tinhas coisas boas, eu cuidei de preservar as coisas boas do governo que me precedeu, acho que esse é o jeito correto de se fazer política. Aquilo que o governo fizer de bom para o Brasil no nosso entender, vai ter a nossa solidariedade, essa é uma boa iniciativa”, disse, acrescentando que esse “bom” tem que ser algo que “tenha consistência e não seja algo eleitoral”.
Campos adiantou também que já tem um rascunho do documento que deve trazer as posições do partido para as conjunturas atuais. A prévia deve ser apresentada na reunião do PSB em São Paulo, prevista para 28 de outubro. “Houve reuniões do nosso pessoal, já começaram a preparar esse documento, a ideia é que seja apresentado para cerca de cem convidados, que vão fazer o aprofundamento desse documento. Já tem uma primeira boneca que está indo para debate”, apontou.
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