segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Temos o candidato mais competitivo da oposição”, diz coordenador da chapa Campos-Marina

Para o ex-ministro Fernando Bezerra, "preocupação dos que cuidam da reeleição é séria"
Rodolfo Borges, do R7

"Após a chegada de Marina, o clima é de empolgação", diz Bezerra

Elza Fiúza/ABr
 
Fernando Bezerra Coelho deixou o comando do Ministério da Integração Nacional no início de outubro, quando seu partido, o PSB, desembarcou do governo Dilma Rousseff. Cotado para suceder o governador Eduardo Campos em Pernambuco, o ex-ministro foi destacado pelo partido para coordenar a aliança entre Campos e a ex-senadora Marina Silva, anunciada no início do mês. Em entrevista ao R7, ele demonstra animação quanto às possibilidades da candidatura socialista no próximo ano.
— Eduardo Campos se coloca como o candidato mais competitivo da oposição para 2014.
Na entrevista abaixo, Fernando Bezerra garante a Eduardo Campos a cabeça da chapa com Marina, apesar de ressalvar que a decisão só será anunciada oficialmente no primeiro trimestre do próximo ano, e diz que, após a chegada da ex-senadora ao PSB, o clima no partido para 2014 é de “empolgação”. Leia:
R7: Duas semanas após o anúncio da aliança, que avaliação o senhor faz da aproximação entre Marina Silva e Eduardo Campos?
Fernando Bezerra Coelho: A primeira pesquisa, do Datafolha, mostra o governador de Pernambuco dobrar suas intenções de voto em uma semana, alcançando a casa dos dois dígitos. Agora, Eduardo Campos se coloca como o candidato mais competitivo da oposição para 2014.
“Eduardo e Marina não são tão diferentes”, diz coordenador da aliança 
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R7: Mas o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda aparece na frente de Campos na pesquisa Datafolha.
Fernando Bezerra: Pela exposição do Aécio e pela presença do PSDB em governos estaduais de Estados mais densos eleitoralmente, considero praticamente um empate técnico entre os números dos dois. E a novidade [projeto de Campos e Marina] está ainda por ser conhecida por quase metade do eleitorado. Se a outra metade tiver a mesma reação da metade que já conhece Eduardo e o impacto dessa aliança nova, não tenho dúvida de que a preocupação dos que cuidam da reeleição é séria. Estamos diante da formação de um novo espaço na política nacional.
R7: A parceria entre Eduardo Campos e Marina tem sido alvo de muitas críticas, entre elas a de oportunismo. A que o senhor atribui os ataques?
Fernando Bezerra: Como foi uma iniciativa surpreendente, impactante e nova, isso começou a ter uma repercussão muito forte, do ponto de vista da arrumação do jogo para as eleições de 2014. Até a ocorrência desta iniciativa, você ouvia declarações quase olímpicas daqueles que estavam cuidando do projeto da reeleição da presidenta Dilma, no sentido de menosprezar ou desprezar qualquer possibilidade de surgimento de uma candidatura que pudesse ameaçar. O que se vê após esse movimento é que foi criado um espaço novo na política brasileira, que poderá sensibilizar camadas expressivas da sociedade.
R7: Entre as análises feitas pelos críticos da chapa, está a de que Marina pode tentar tomar a dianteira da chapa de Campos. Isso é possível?
Fernando Bezerra: O PSB trabalha na viabilização e consolidação da candidatura do governador Eduardo Campos. Até porque Marina tem reiterado que a candidatura posta é a de Eduardo. Mas os dois têm reafirmado que a posição da chapa será decidida no primeiro trimestre do ano que vem. Acho que isso é importante para que eles continuem levando a prioridade da constituição do apoio programático, para não colocar o nome na frente da proposta. Mas, para ser direto, se o ambiente no PSB era de forte animação antes da chegada da Marina e da Rede, após a chegada deles e o expressivo crescimento de Eduardo, o clima agora é de empolgação.
R7: Uma das questões centrais para a disputa presidencial de 2014 é o tempo de TV, que falta ao PSB. Como vocês pretendem aumentar o tempo de exposição?
Fernando Bezerra: Em vez de sair atrás de apoio de partidos ou deputados ou de personalidades da sociedade para alcançar o tempo de televisão ou os palanques regionais, estamos priorizando uma proposta a ser debatida com a sociedade e, a partir disso, atrair essas forças. Então, a definição dos palanques e, por consequência, das alianças partidárias, ficará para um segundo momento, como consequência das propostas e compromissos apresentados.
R7: Como o senhor planeja harmonizar as posições de um governador tido como desenvolvimentista e de uma ex-senadora conhecida pela militância ecológica?
Fernando Bezerra: Marina e Eduardo estão deixando claro que esse acordo não vai ser feito em ambiente fechado. Vai se buscar o acordo com a sociedade. O PSB já tem uma iniciativa chamada Diálogos para o Desenvolvimento, que vai incorporar as sugestões de como mobilizar a participação da sociedade em encontros estaduais, regionais, encontros através das redes sociais para se buscar sugestões que possam adensar essas ideias comuns. Quando definido o acordo programático, a definição dos compromissos comuns pode aproximar ou afastar segmentos da sociedade, segmentos políticos, correntes partidárias.
R7: O senhor é o mais cotado para suceder Campos no governo de Pernambuco. Sua pré-candidatura já está posta?
Fernando Bezerra: Não. A prioridade dentro do PSB é a consolidação da candidatura do governador. Como ele é o coordenador da própria sucessão, esse processo só se dará quando o projeto presidencial de Eduardo estiver definitivamente consolidado e encaminhado. Então, a definição em Pernambuco deverá também ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano. Estou com o nome colocado para apreciação do partido, mas é preciso ter cuidado de formar uma ampla coligação política, como é tradição do PSB em Pernambuco. 
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