sábado, 28 de março de 2009

Lula diz que frase polêmica se referia à situação de imigrantes na Europa

Para ler a Notícia, clique no LINK seguinte:

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1063046-5601,00.html

sexta-feira, 27 de março de 2009

Crise: Lula culpa gente branca de olhos azuis

BRASÍLIA - Em discurso ontem ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o presidente Lula responsabilizou "gente branca de olhos azuis" pela crise econômica mundial. Ao dizer que os dirigentes não podem permitir que pobres, negros e índios paguem a conta da especulação financeira, afirmou: "É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada'', numa referência a especuladores de países do Primeiro Mundo.

Brown acompanhava o discurso de Lula por um fone com tradução simultânea. Não esboçou reação. Questionado por repórter britânico se a declaração não teria um "viés ideológico'', Lula respondeu que não, que havia feito uma constatação.

"Não existe questão ideológica, existe um fato que mais uma vez se percebe: que a maior parte dos pobres que nem sequer participava da globalização estava sendo uma das primeiras vítimas da crise. O preconceito que vejo é contra os imigrantes nos países desenvolvidos.'' E complementou: "Como não conheço nenhum banqueiro negro ou índio, só posso dizer que essa parte da humanidade que é a parte mais vítima do mundo pague por uma crise''.

Fotografia

Ontem, pela primeira vez o presidente Lula foi fotografado no seu novo gabinete. Em função da reforma no Palácio do Planalto, desde o começo da semana, o presidente e parte de sua equipe despacham na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Ele recebeu ontem o chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki.

No gabinete temporário de Lula, foram reaproveitados quase todos os móveis que estavam no Planalto. Porém, em um espaço bem menor. A mesa de despachos do presidente fica próxima a um conjunto de sofás e poltronas, com oito assentos, assim como a TV de plasma e uma mesa redonda destinada a reuniões.

Durante o encontro com Mottaki, Lula se divertiu com a reação dos fotógrafos e cinegrafistas que, pela primeira vez, faziam imagens de seu novo gabinete. Por alguns minutos, os profissionais mudaram o foco das autoridades para os detalhes referentes ao gabinete.

Até abril de 2010, segundo estimativas do governo federal, deve ser concluída a reforma no Planalto. O prédio teve de ser esvaziado e foram feitos arranjos provisórios para adequar as autoridades e seus funcionários.

Estão na sede do CCBB o presidente Lula e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Franklin Martins (Comunicação), Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Dulci (Secretaria Geral). O local foi adaptado a eles.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Com crise, cai aprovação de Lula




Lula Marques/Folha Imagem
PORÃO LEGISLATIVO: Cela (à esq.) que está sendo construída no subsolo do Senado para deter quem cometer crimes no prédio

Com a piora da crise econômica, o governo Lula teve a primeira queda na avaliação desde o início do segundo mandato. A taxa de aprovação caiu de 70% para 65%, em pesquisa concluída ontem pelo Datafolha. A região Nordeste, que concentra a maioria dos beneficiários do Bolsa Família, continua sendo a principal área de apoio a Lula, com 77% de aprovação _quatro pontos a menos que no levantamento anterior.

terça-feira, 17 de março de 2009

Principal desafio é manter o crédito, diz Lula (Tribuna da Imprensa)




NOVA YORK (EUA) O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, disse ontem em Nova York que o principal desafio enfrentado pela economia mundial é manter o acesso ao crédito, apesar da crise. "Temos um problema no mundo chamado acesso ao crédito'', disse Lula durante um encontro organizado pelo jornal "The Wall Street Journal". "Necessitamos restaurar o fluxo [de crédito] para que se restabeleça o comércio mundial'', acrescentou.

Segundo o presidente, "temos que resolver os problemas de confiança e não vejo como, se não fizermos algo com os bancos''. Lula opinou que o assunto será uma das questões cruciais a serem tratadas na reunião do G20 (grupo que congrega os países desenvolvidos e os principais emergentes) prevista para Londres, no próximo dia 2 de abril.

Para Lula, a classe média é a principal vítima da crise. "São os que mais se beneficiaram com o boom, melhoraram seu nível de vida e ganharam direitos em geral, mas são os mais expostos a perder o conquistado'', disse.

Dilma

No mesmo evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que a previsão de investimentos no Brasil não diminuiu por conta da crise econômica internacional e descartou recessão no país.
Segundo ela, os investimentos seguem "promissores, com indicativos de manutenção da taxa em relação ao PIB (Produto Interno Bruto)''.

"Produto, renda e emprego em crescimento, estabilidade macroeconômica e política de distribuição de renda e investimento nos permitem ver a crise como oportunidade. (...) Achamos que não vai haver recessão'', disse a ministra.

sábado, 14 de março de 2009

Finalmente, a Conferência Nacional de Comunicação - Por Anselmo Massad, Brunna Rosa e Glauco Faria

No dia 30 de janeiro, durante o Fórum Social Mundial, o ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República, anunciou que a conferência seria realizada ainda em 2009. Pouco depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a realização do encontro. “Nós vamos fazer agora uma grande conferência sobre comunicação no Brasil”, garantiu o presidente em entrevista coletiva, após ter participado de atividades promovidas durante o FSM.
Depois de uma reunião realizada no dia 3 de fevereiro entre representantes da Casa Civil, Ministério das Comunicações, comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, com membros do Comitê Pró-Conferência, a data de realização foi confirmada para o dia 2 de dezembro de 2009. “A sinalização que temos é que o decreto anunciando as datas e os temas da Conferência deve sair no final de fevereiro. Acreditamos que as conferências municipais aconteçam em junho e as estaduais entre julho e setembro”, explica Jonas Valente, do Intervozes. Para ele, o momento é de garantir uma Conferência que tenha representantes da sociedade civil e cuja metodologia consiga envolver a população como um todo, não apenas os grupos que tradicionalmente são envolvidos com comunicação. “Precisamos garantir na elaboração da arquitetura da Conferência como vai funcionar o processo. Mais do que nunca, precisamos promover uma articulação muito forte dos campos progressistas da sociedade civil, para democratizar nossas propostas”, avalia.
Para Valente, porém, os donos dos meios de comunicação vão se articular para esvaziar a Conferência. “Sabemos que os empresários vão participar e que vão interditar os debates como sempre interditaram. Precisamos nos organizar para intervir nela”, defende. Já Josué Lopes, da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), não ignora a força dos empresários de comunicação, mas acredita que o processo será positivo. “Sabemos da força dos oligopólios. Mas quem lutou pela Conferência foram os movimentos sociais, da comunicação e da radiodifusão e por isso consideramos um ambiente favorável”, afirma Josué. Porém, assim como Valente, Lopes aposta na unidade dos movimentos para fazer a diferença. “Temos que não só manter, mas ampliar as mobilizações, não apenas entre os movimentos, mas entre os cidadãos. Precisamos garantir o espaço de debate para a construção de uma linha política subordinada ao interesse público, a serviço do cidadão e, portanto, de cunho democrático.”

Pontos de Mídia Livre são lançados
No dia 29 de janeiro, durante o Fórum Social Mundial, foi lançado pelo Ministério da Cultura (MinC) o edital para o Prêmio Pontos de Mídia Livre, reivindicação das entidades e movimentos que fazem parte do Fórum de Mídia Livre. A proposta é dar visibilidade aos projetos de comunicação alternativos desenvolvidos em diversos estados brasileiros por meio do edital que destinará R$ 3,2 milhões do programa Cultura Viva aos veículos que não visam interesses comerciais. As inscrições vão até dia 12 de março e serão premiadas 60 iniciativas em todo o Brasil.
“Esse é o primeiro edital e está aberto a aperfeiçoamentos. Mas claro que não podemos nos perder em intermináveis discussões na máquina estatal enquanto as demandas são urgentes. Tínhamos uma fenda, colocamos uma alavanca. Agora cabe aos midialivristas alargar esta fenda e arrebentar as barreiras rumo ao pleno direito à comunicação”, afirmou Célio Turino, Secretário de Programas e Projetos Culturais do MinC, durante o lançamento do edital.
A criação de espaços de produção de mídia livre apoiados por recursos públicos foi um dos principais pleitos da Carta do I Encontro do Fórum de Mídia Livre, que aconteceu em julho de 2008, no Rio de Janeiro. “Considero que essa notícia e o anúncio da Conferência das Comunicações colocam o debate sobre o fortalecimento da diversidade informativa em outro patamar”, diz Renato Rovai, editor da revista Fórum. “Além disso, também devemos fazer com que essa ação do MinC se multiplique. É preciso apresentar essa ideia para prefeitos e governadores e estimulá-los a fazer prêmios regionais”, conclama. “A comunicação deixou de ser um espaço público comum para se tornar uma mercadoria. O edital contribuirá para diminuir o abismo que há entre os que produzem para dialogar com a sociedade e aqueles que produzem para ganhar dinheiro”, avalia Antonio Martins, editor do site do Le Monde Diplomatique-Brasil.
Para ter acesso ao edital, basta acessar o site da Fórum (www.revistaforum.com.br/midialivre) ou o do MinC (www.cultura.gov.br/culturaviva) F
Como serão os pontos de mídia livre
Em entrevista à Fórum, Célio Turino, secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (MinC), explica as expectativas do ministério sobre o Prêmio Pontos de Mídia Livre.


Fórum – Qual a expectativa do MinC quanto aos pontos de mídia livre?
Célio Turino – Eles seguem a filosofia dos pontos de cultura. No ponto de mídia livre, o produtor de informação é o protagonista direto da sociedade, sendo fomentado pelo Estado, de forma pública e isenta. Com isso, o MinC espera fomentar a polifonia, pois o grande problema da comunicação é que ela é unidirecional. O lançamento do prêmio vem em um contexto em que o governo acaba de chamar a Conferência Nacional de Comunicação e isso representa uma fresta, uma fenda que se abre no monopólio das comunicações permitindo que a democracia avance, pois esta só pode avançar quando há muitas vozes, pluralidade de ideias e informações.

Fórum – Os pontos de mídia livre podem ser o começo de uma maior participação do Estado no fomento de uma comunicação participativa e horizontal?
Turino – Nossa expectativa está no processo que aconteceu com os pontos de cultura, em 2004. À época a verba orçamentária era de R$ 5 milhões e hoje já é uma política pública com um certo fôlego. Claro, o orçamento sempre é pouco, mas para a Cultura, que em geral não é prioridade, já houve um considerável avanço.

Fórum – Os pontos de mídia livre vêm para complementar os pontos de cultura, ou seja, também têm o papel de fomentar a disseminação das produções que já estão em processo?
Turino – Exatamente. Nossa intenção é de integrar desde o início. Um ponto de cultura em si é um ponto de mídia, pois colocamos os meios de produção com quem faz cultura. Hoje as pessoas têm a possibilidade de, por exemplo, organizar de outra forma um maracatu da Zona da Mata de Pernambuco, ter seu estúdio e fazer seu registro. Os meios de produção chegaram às mãos de quem faz e isso é o que, lá atrás, Marx já defendia.
Mas, a grande imprensa nem olha, o pessoal não percebe essa dimensão. E agora teremos que ter os meios de difusão. O bom da cultura é isso, não tem fim, sempre está se recriando, precisando de mais e se renovando.

Fórum – Como as organizações da sociedade civil podem contribuir para difundir a ideia dos pontos de mídia livre?
Turino – O primeiro aspecto é o da difusão do edital, para que todo mundo saiba da sua existência. É um edital muito livre, permite que todos os meios participem. E vale lembrar que existe uma possibilidade de o edital vir a patrocinar mais pontos de mídia livre, justamente a depender do número de inscrições e da pressão da sociedade. Mas nada impede que prefeituras e governos abram seus editais e seus prêmios. Temos que reaplicar esta ideia.

Anselmo Massad, Brunna Rosa e Glauco Faria

Visita de Lula aos EUA põe América Latina no mapa de Obama

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Washington tem servido para colocar no radar do novo governo de Barack Obama não só o Brasil mas a América Latina, região que vem sendo deixada no pé das prioridades do democrata em seus primeiros 50 dias no cargo. Horas antes do encontro entre os dois líderes, que acontece hoje, a Casa Branca anunciou oficialmente o primeiro posto para a área.

É o enviado especial ao 5º Encontro das Américas, que acontece em Trinidad e Tobago de 17 a 19 de abril, que será ocupado pelo diplomata Jeffrey Davidow. Ele ocupou embaixadas na região sob Bill Clinton (1993-2001). A cúpula será a primeira vez que o presidente norte-americano tomará contato com a maioria dos líderes latino-americanos.

Obama anunciou também que o vice-presidente, Joe Biden, vai ao Chile no fim do mês, onde se encontrará com Lula, a chilena Michelle Bachelet e a argentina Cristina Kirchner. Por fim, voltou a circular rumor de que o presidente democrata aproveitaria a viagem ao 5º Encontro para visitar mais dois países da região, na qual ele nunca colocou os pés.

O Brasil estaria na lista, talvez Manaus. O assessor de Segurança Nacional de Obama, o general reformado James Jones, teria recomendado a visita. A Casa Branca diz que não há nenhuma decisão tomada ainda quanto a viagem para o país.

Durante a entrevista coletiva na manhã de ontem para falar sobre o encontro Lula-Obama, Thomas Shannon, o secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental, classificou de "importante relação global" a dos dois países. "É uma relação que nós acreditamos ter um forte componente global, o reconhecimento da influência do Brasil no mundo", disse ele.

"Nós achamos que esse é um momento em que conseguiremos realizar esse potencial nos próximos meses e anos", disse Shannon. Nesse contexto, afirmou que os EUA entendiam que o Brasil se apresentasse como promotor de diálogo entre os países da região -disse que esperavam que fizesse isso.

Nos últimos dias, o governo brasileiro vem dizendo que aproveitará o encontro, o primeiro de um líder latino-americano desde a posse de Obama, para tentar mudar a conturbada relação norte-americana com países como Bolívia, Cuba e Venezuela. "Nós valorizamos o interesse do Brasil", disse Shannon. "Esse é um aspecto importante da diplomacia brasileira já há algum tempo." Isso não quer dizer, afirmou, que as demandas serão aceitas.

"Reconhecemos que, no final, nosso desejo de se relacionar de forma produtiva com países [da América Latina] depende da reciprocidade desse desejo dos países de se relacionar conosco." Na última semana, o Congresso passou e Obama assinou lei que afrouxa as restrições de viagem a Cuba, mas o embargo segue intocado.

À Folha, Mike Hammer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), que auxilia as políticas de Defesa e relações externas de Obama, disse que o Brasil era um "líder-chave regional", com o qual os EUA compartilhavam "amplo leque de metas". Mas citou outros "parceiros-chave hemisféricos", como México, Canadá e Argentina.

Indagado sobre a possibilidade de, sob Obama, os EUA ampliarem a incipiente parceria energética, centrada em biocombustíveis, para incluir a compra futura de petróleo brasileiro, outro rumor a anteceder a reunião, Hammer escolheu as palavras com cuidado. Depois de dizer que as conversas de hoje contemplarão "uma série de questões", o porta-voz afirmou: "Procuramos oportunidades de continuar e expandir nossa cooperação relacionada a energia como parte da agenda maior com o Brasil".

Lula chegou, na noite de ontem, à Base Aérea Andrews, em Maryland, Estado vizinho a Washington, mas não quis dar entrevista. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, falou sobre a expectativa do encontro. "Relação pessoal é importante. O presidente [Lula] tem facilidade de estabelecer esses vínculos", afirmou.