sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lula garante apoio incondicional ao governo do Rio (Postado por Erick Oliveira)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu às autoridades do Rio de Janeiro o total apoio do governo federal na luta contra o tráfico e a violência. Lula comentou as ações de combate à violência no Rio na noite de quinta-feira, (25) durante uma visita a Guiana.
"Tudo o que precisarem e tudo o que possamos fazer pelo Rio, nós faremos", afirmou Lula pouco depois de desembarcar na Guiana, onde participará nesta sexta-feira (26) na IV reunião de cúpula presidencial da União de Nações Sul-Americanas (Unasur).
"O que não é humanamente explicável é que 99% das pessoas de bem, trabalhadores, querem viver em paz e são afetada por grupos violentos", completou o presidente.
Lula também disse que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, está em contato com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e que a polícia rodoviária federal já vigia alguns acessos à cidade. "Podem contar que apoiaremos em 100% o governo e o povo do Rio", insistiu Lula.
Na noite de quinta-feira (25), o Ministério da Defesa informou, que, a pedido do governo do Rio de Janeiro, serão enviados 800 militares do Exército para auxiliar a polícia local no combate à onda de violência na capital do estado e em cidades vizinhas.
Homenagem
Ainda na noite de quinta-feira, o presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, homenageou Lula, a quem chamou de "herói sul-americano".
Jagdeo entregou a Lula a "Ordem da Excelência da República da Guiana" e afirmou que o presidente brasileiro, "com sua solidariedade, colaborou muito para o desenvolvimento da Guiana, da região e do mundo".

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Censurar a internet é "estupidez", diz Lula em entrevista a blogueiros

Henrique Meirelles confirmou nesta quarta que deixa o BC no fim do ano.
Desafio para o próximo presidente é lidar com as pressões do governo.

Anay Cury Do G1, em São Paulo
Presidente mais longevo do Banco Central, Henrique Meirelles deixa oito anos de gestão positiva, na avaliação de economistas ouvidos pelo G1. A adoção do sistema de metas de inflação e a independência da autoridade monetária frente ao governo foram apontados como as principais contribuições de Meirelles, que confirmou, nesta quarta-feira (24), sua saída do comando do BC.
Para a economista-chefe da Rosemberg Associados, Thaís Zara, a melhora na distribuição de renda verifcada no país nos últimos anos, por exemplo, foi possível em virtude da política de controle inflacionário adotada pelo Banco Central, na gestão de Meirelles.   
"Espero que o próximo presidente mantenha  o que foi feito por Meirelles nesses anos. Temos alguma ideia de como será, mas só teremos certeza no começo do próximo ano", disse a economista.
Avaliação semelhante foi feita pelo professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP), Fabio Kanczuk, que aponta como principal legado de Meirelles à economia do país a independência da autoridade monetária em relação às pressões do governo.
"De forma geral, ele [Meirelles] foi super bem. Conseguiu administrar pressões políticas para reduzir juros, entrou em contato com presidentes de bancos centrais do exterior, com gente muito especializada. Ele 'ouvia' muito, e isso é sempre muito bom", citou. O professor também indica como mérito do presidente do BC o controle dos juros e da inflação durante a crise financeira mundial.
Ele sai desse mandato vitorioso e reconhecido pela excelência com a qual ele desempenhou sua função"
Myriam Lundi, da FGV
No entanto, Kanczuk faz crítica aos últimos meses da gestão de Meirelles. "Tive a impressão de que o Banco Central ficou mais fragilizado desde quando começaram boatos de que ele poderia sair antes do BC para uma possível candidatura...Talvez os interesses particulares dele tenham, de alguma forma, interferido no mandato."
A independência com a qual comandou a autoridade monestária também é, para a professora de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myriam Lund, a principal contribuição de Meirelles. "Ele sai desse mandato vitorioso e reconhecido pela excelência com a qual desempenhou sua função, pela estratégia de sua gestão, toda voltada para controlar a inflação", afirmou.
Próximo presidenteA presidente eleita Dilma Rousseff deverá anunciar ainda nesta quarta (24) os primeiros nomes do ministério do futuro governo. Para a presidência do Banco Central está cotado o nome de  Alexandre Tombini, atual diretor de Normas da autoridade monetária.
O mercado reconhece sua competência, porém, segue atento ao fato de Tombini ser funcionário de carreira, o que poderia ser tornar um entrave ao principal legado de Meirelles. "Ao contrário do Meirelles, Tombini é economista, sabe como funciona a política monetária. Mas como ele é funcionário de carreira há muitos anos, não sabemos como ele vai reagir às pressões do governo", disse Kanczuk.
"Ele [Tombini] é extremamente competente. Mas a dúvida é como ele vai se portar na presidência. Hoje, as apreensões são grandes do mercado. Mas pelo que conheço do Tombini, ele não deverá baixar a cabeça", comentou a professora da FGV.

domingo, 14 de novembro de 2010

Herói dos Palmares é lembrado na Semana da Consciência Negra

Grupo de percussão Batuque Novo Cultural Jhamayka toca com crianças, no Conjunto Santa Felicidade: valorização da cultura negra



NegraFábio Massalli A

Walter Fernandes


A semana que começa hoje é de festa para a comunidade negra. Em todo o Brasil se comemora a Semana da Consciência Negra, que culmina com a celebração do Dia de Zumbi dos Palmares no dia 20 de novembro.

Em Maringá, não é diferente. A semana será marcada pelo 2º Festival Afro-Brasileiro, que reúne eventos organizados por várias entidades, realizadas com o apoio da Assessoria da Igualdade Racial (órgão da Prefeitura) e da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim).

As atividades vão de concurso de dança de rua a exposições, passando por peças de teatro, jantar-show, dança e apresentações de capoeira.

Para a professora Maria Verginia Gonçalves dos Santos, coordenadora do projeto Abrindo Gavetas, a realização dessa série de eventos e da Semana da Consciência Negra é importante para mostrar a cultura africana e afro-brasileira. "É uma cultura que sempre existiu, embora esteja camuflada e ninguém dê valor", diz.

Verginia diz que hoje a cidade vê um número crescente de entidades trabalhando pela causa da consciência negra. São pelo menos oito, numa situação que ela considera um avanço e que representa uma força maior na luta pelos direitos dos afro-descendentes.

A professora também destacou a Lei 10639/2003, que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. "No governo Lula tivemos muita abertura para isso e as escolas estão trabalhando. É uma verdadeira reviravolta na história e uma valorização da cultura negra, pois mostra que não existe mais apenas a visão europeia."

Pluricultural

Para Paulo Bahia, coordenador do Centro Cultural Jhamayka, a realização desses eventos é importante para formar uma sociedade pluricultural e preservar a cultura afro-brasileira em Maringá e região.

"Essas manifestações são importantes também para cumprir a Lei do Estatuto Racial, para celebrar Zumbi dos Palmares e discutir a quebra da discriminação", diz.

Bahia destacou, em especial, o papel destes eventos na discussão do preconceito e da discriminação. Ele citou como um avanço o fato de que hoje o negro está na propanganda, inclusive em out-doors, "o que era raro até há bem pouco tempo."

"As pessoas só vão respeitar as diferença quando conhecerem o outro, sua cultura, a culinária, a sua vida", diz. "As crianças estão crescendo tendo orgulho da cor negra da pele." Para Bahia, essa é a importância de se realizar eventos como o dessa semana e da cidade ter um Festival Afro-Brasileiro instituído em lei. "A gente sabe que o preconceito e o racismo existe, mas as pessoas vão verificando que é possível mudar."

Lei

A criação do Festival Afro-Brasileiro aconteceu de forma tumultuada e sua segunda edição também não está sendo tranquila. O festival surgiu após a prefeitura não ter aceitado transformar o Dia Zumbi dos Palmares em feriado municipal, ao contrário do que foi feito em diversas cidades brasileiras.

O Festival surgiu como uma espécie de compensação e foi transformado em lei municipal, passando a figurar no calendário de eventos culturais do município. Dispõe de orçamento de R$ 40 mil, verba da Secretaria da Cultura, que organizaria o evento juntamente com a Assessoria da Igualdade Racial.

Este ano, contudo, segundo o assessor da Igualdade Racial Ademir Félix de Jesus, problemas burocráticos impediram que o projeto do festival fosse concluído a tempo para os recursos serem utilizados.

O resultado foi que a Assessoria conseguiu cerca de R$ 20 mil junto à Acim para investir no festival e a Prefeitura cedeu a infraestrutura, apoiando como pode os projetos que as entidades já realizavam. Os R$ 40 mil que a Lei 8.316/2009 previa para o festival se perderam na burocracia.

sábado, 6 de novembro de 2010

Dilma deve tirar Meirelles do BC para reduzir juros logo no início do governo

Ao contrário de Lula, que deu carta branca às medidas de contenção de inflação do Banco Central, presidente eleita quer ser avalista de política mais voltada ao crescimento econômico e estímulo ao setor privado, incluindo micro e pequenas empresas

06 de novembro de 2010 | 17h 57


João Domingos, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Embora avalie que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi importante para sustentar a política de combate à inflação do governo Lula e certeiro nas medidas de contenção dos efeitos da crise econômica mundial de 2008 e 2009 no Brasil, a presidente eleita, Dilma Rousseff, tende a não aproveitá-lo no posto.

É certo que Dilma vai centralizar em torno de si todas as ações econômicas do início do governo, disse ao Estado um de seus mais importantes colaboradores.

Pretende, com isso, alcançar dois objetivos: forçar a redução nas taxas de juros logo na primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) e mostrar que, ao contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela terá o controle de todos os setores do governo, a começar pela economia.

Tanto é assim que o primeiro bloco de auxiliares a ser anunciado será o da equipe econômica.

Com a centralização e a pressão explícita para que os juros baixem - o que Lula nunca exerceu em relação ao Banco Central -, Meirelles ficará numa posição desconfortável, pois sua política de combate à inflação tem sido sempre a de, por absoluta prevenção, manter os juros altos.

A própria Dilma se garante como avalista da estabilidade econômica. Em entrevista ao SBT, na terça-feira à noite, ela avisou que fará a centralização.

"Não serão pessoas que serão responsáveis por isso", afirmou, referindo-se ao tripé formado por metas de inflação, câmbio flutuante e contas equilibradas.

"Sou eu a responsável. E como responsável, eu asseguro: seja quem esteja à frente do cargo, eu assegurarei no País a questão da estabilidade econômica."

Embaixada

Uma solução para Meirelles - e ele já se mostrou simpático à ideia - seria nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.

É um nome com muito trânsito nos meios financeiros e governamentais, atributos essenciais para a interlocução de um governo Dilma que ainda não tomou posse mas já faz coro e, ao lado de Lula, acusa os Estados Unidos de, junto com a China, promoverem uma "guerra cambial" no mundo.

O PMDB, ao qual Meirelles é filiado, ainda tem esperanças de emplacá-lo no Ministério da Fazenda ou no dos Transportes.

Mas Dilma tem sido aconselhada a manter Guido Mantega, decisão que contaria com a simpatia de Lula.

E o Ministério dos Transportes é um feudo do PR, embora o PMDB esteja, numa espécie de escambo político, tentando trocá-lo pela Agricultura.

Conforme um integrante do governo muito próximo de Dilma, ela quer lotar o setor econômico na Esplanada dos Ministérios com "defensores de ações desenvolvimentistas" - como ela.

A presidente eleita acredita que, assim como ocorreu na gestão Lula, principalmente depois da crise econômica mundial, o governo tem entre os seus papéis fundamentais fazer a indução para o desenvolvimento e o crescimento econômico.

Na visão de Dilma, exposta ao longo de conversas mantidas na campanha, será preciso reduzir os juros para "contaminar o setor privado" e incentivá-lo a investir cada vez mais.

O plano estratégico prevê alcançar a meta de taxa real de 2% de juros (descontada a inflação) em 2014.

Ela defende ainda a desoneração da folha de pagamentos e investimentos muito fortes nas micro e pequenas empresas.

Para tanto, Dilma pretende elevar o limite de enquadramento de empresas no Simples Nacional. "Esse foi um dos melhores modelos: aumentamos a arrecadação, o grau de formalização da economia", disse ela na entrevista ao SBT. "Pretendo aumentar o limite de enquadramento."

Dessa forma, explicou, mais empresas poderão se beneficiar do sistema tributário simplificado. Ela, porém, não revelou qual seria o novo limite.

Atualmente, são consideradas microempresas passíveis de inscrição no Simples aquelas que têm faturamento bruto de até R$ 240 mil ao ano.

O programa também admite empresas de médio porte com faturamento de até R$ 2,4 milhões.

Hoje, há cerca de 3,9 milhões de pessoas jurídicas inscritas no programa. Também está em análise a elevação do limite de enquadramento dos microempreendedores individuais (MEI), hoje em R$ 36 mil ao ano.

Pasta

Dilma revelou durante a campanha ter "vontade" de criar um ministério específico para as micro, pequenas e médias empresas.

O nome mais cotado para essa nova pasta é o de Alessandro Teixeira, atual presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), um dos coordenadores da sua campanha presidencial.

Ela acredita que será possível fundir ministérios, fazendo com que a estrutura de governo fique do tamanho da atual, com 35 ministros.

O ideal seria reduzir, mas Dilma não vê como atender à base partidária governista - que tem uma dezena de legendas - promovendo uma lipoaspiração na Esplanada.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Veja o especial sobre a Era Lula

http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/governopt/