Nossa opinião:
O "cancer" aéreo, do qual fala o Presidente da República, se instalou por falta de medidas preventivas, de diagnóstico precoce e de terapia adequada.
A falta de prevenção está consubstanciada pela ausência de reparação e a ampliação das pistas de pousos e decolagens, além da falta de remodelação e modernização do setor, exigidas pela crescente demanda, tudo acrescido dos efeitos danosos dos cortes de verba e da ausência de ampliação dos quadros de controladores de vôo, da melhoria de sua qualificação profissional, da atribuição de salários compatíveis com a importância da função e de adequação das condições de trabalho.
A falta de diagnóstico precoce decorre, sobretudo, da omissão da agência, supostamente, reguladora do sistema.
Esta situação decorre, inclusive de nomeações, políticas em lugar de técnicas, para os órgãos fiscalizadores, resultando em "companheirismo" e o conluio entre fiscalizadores e fiscalizados, por motivos extranhos ao interesse público.
Para regular ou reajustar, através de mecanismos de "feedback" é preciso avaliar contenientemente, a fim de se chegar a um diagnóstico exato, impessoal e isento, o que não foi, comprovadamente, efetivado pela agência reguladora, sobretudo devido seus vícios de origem, assaz questionados pela imprensa.
A ausência ou erro de diagnóstico decorre, em grande parte, da existência de múltiplos órgãos, atuando no setor, de maneira desarticulada e descoordenada,impossibilitando a incoporação, pela agência, dos conhecimentos armazenados por estes, face à inexistência de um sistema único de controle do espaço aéreo, capaz de coordenar e integrar a totalidade das ações dos mesmos, do que resultou um organismo "sem cabeça", portanto assistêmico ou não-sistêmico, passível de dificultar a emissão um diagnóstico abrangente, correto e precoce da situação, porque há em "cada cabeça, uma sentença".
Foi mediante um pseudo e tardio diagnóstico da situação que a equipe palaciana, se arvorou de substituta do Ministro da Defesa, desautorizado pela mesma, para aplicar a terapêutica errada e nefasta que acelerou o desenvolvimento da "metastase" da crise aérea, como a qualificou o Presidente da República.
A reclamação do Presidente, de que foi o útlimo a saber, tem sua razão no fato de que a designada Agência reguladora, também não sabia de nada, desconhecia a solução, pois não possuia nenhum diagnóstico, ficando impedida, por issto mesmo, de propor quaisquer medidas para processar a regulação do sistema.
Estes comentários do blog se fundamentam nos resumos seguintes, de publicação da imprensa, no dia de hoje:
* Lula compara crise a câncer - Presidente diz que desconhecia tamanho do caos aéreo.
E o compara com doença que se espalha pelo corpo sem a pessoa saber.
(Correio Brasiliense - Sinopse Radiobrás)
* Lula compara crise aérea a metástase
O presidente Lula admitiu, 16 dias após o acidente com o Airbus da TAM, que estava mal informado sobre a extensão da crise aérea, iniciada há dez meses com o desastre do Boeing da Gol.
Em reunião com ministros e líderes partidários, Lula comparou-se a um paciente que não soubesse a gravidade da doença e descobrisse que está 'com metástase no corpo todo'.
(Folha de São Paulo - Sinopse Radiobrás)
* O presidente Lula aproveitou a reunião do conselho político do governo para reclamar.
Queria saber por que foi o último a ser informado ali sobre os graves problemas do sistema aéreo.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas acusa a Anac de falhar na fiscalização técnica das empresas.
A agência nega.
(Jornal do Brasil - Sinopse Radiobrás)
* O presidente Lula se queixou do excesso de órgãos públicos para planejar e controlar a aviação e comparou o caso ao de um cachorro que tem muitos donos:
"Morre de fome porque ninguém cuida".
A representantes de 11 partidos aliados do governo, disse que só ficou sabendo dos problemas no setor aéreo há dez meses, após o acidente entre um Boeing e um Legacy.
(Estado de São Paulo - Sinopse Radiobrás)